Uma investigação conjunta da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um esquema fraudulento no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que causou prejuízos estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A operação, deflagrada em abril de 2025, resultou no afastamento de seis servidores públicos, incluindo o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e no cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão em 14 estados e no Distrito Federal. CNN Brasil
O esquema envolvia descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões, realizados por entidades que, em sua maioria, não possuíam estrutura operacional para prestar os serviços oferecidos. Segundo o ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, muitas dessas entidades não apresentaram a documentação necessária ao INSS e aplicaram descontos fraudulentos mediante falsificação de assinaturas e outras irregularidades.
A fraude teve início em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, e se estendeu até a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2019, o então presidente Bolsonaro sancionou a Lei nº 13.846, que visava combater fraudes no INSS por meio de um programa de revisão de benefícios com indícios de irregularidades. Apesar das medidas, o esquema criminoso continuou operando, indicando falhas na fiscalização e controle dos descontos em benefícios previdenciários.
Em resposta às descobertas, os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) das entidades envolvidas foram suspensos, assim como os descontos realizados nas folhas de pagamento. A CGU e o INSS orientam aposentados e pensionistas a verificarem eventuais descontos indevidos e, se identificados, solicitarem a exclusão por meio do aplicativo "Meu INSS".
A operação destaca a necessidade de aprimorar os mecanismos de controle e fiscalização no INSS para prevenir fraudes e proteger os direitos dos beneficiários.